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“COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO DA LEI PARA SUPLICANTES” DE PANYATA

 

No texto foram usados trechos de vários autores Thelêmicos e não Thelemicos para reforçar nossas colocações. Estes autores são evidenciados no final das "NOTAS"

Estas "Notas Sobre o Livro da Lei para Suplicantes" não são somente admoestações a todos quantos se arvoram em "comentar" o Livro da Lei, desafiando o "Comento" feito por Ankh-F-N-Khonsu no início do texto, mas também para demonstrar que traduções erradas levam a interpretações erradas. A maioria dos "esoteristas" que conheço, está condicionada a aceitar determinadas interpretações como se fossem fatos.
Comentar o Livro da Lei, desafiando o "Comento" não é uma demonstração de liberdade, auto-determinação,etc. etc., mas, pelo contrário, é um ato de tolice, de rebeldia infantil contra a Real Vontade
.

 

SUPLICANTES

 

Nota : Em um dos comentários de Crowley (Liber AL vel Legis), está escrito: "Toda esta conversa sobre a "humanidade sofredora" é principalmente idiotice baseada no erro de transferir nossa própria psicologia ao nosso próximo. O desenvolvimento de Adepto é por Expansão - para fora, em direção a NUIT - em todas as direções igualmente. O homem medíocre tem pouca experiência, pouca capacidade quer para a dor quer para o prazer. Esta tese quanto à compaixão é de máxima importância na ética de Thêlema. É necessário que nós paremos, de uma vez por todas, com esta ignorante interferência na vida alheia. Cada indivíduo deve ser deixado livre para seguir sua própria estrada".

Não existe coisa que mais irrite um Real Iniciado do que se deparar com um "suplicante" que lhe venha, com humildade e extrema pieguice, solicitar algo que ele mesmo possa obter por sua própria ciência e arte. Geralmente pessoas que se ajoelham e suplicam, levam um ponta-pé no traseiro.


Os Reais Iniciados dão a última gota de sangue pela humanidade. Dar a última gota de sangue pela humanidade não significa sofrer, sacrificar-se, emascular-se ou revestir-se de ímpia pieguice ou caridade cristista . Dar a última gota de sangue é lutar (em todos os planos) contra os inimigos da humanidade que são, exatamente, aqueles piegas e caridosos acima classificados.


Pelo que tenho observado muita gente se dizendo thelemita está totalmente inserido neste sistema piegas, e obsedado pela terrível egregora criada pelo cristismo e suas filhas e filhos bastardos. Incluo também aqui sistemas esotéricos manchados por esta nódoa cristista: sejam ordens pseudamente chamadas rosacruz (AMORC, FRA, etc) e outras "fraternidades" ou organizações místicas seguindo o mesmo rumo.

 

Aleister Crowley

O ocultista inglês Aleister Crowley, que se cognominou A GRANDE BESTA 666, foi o mais temido mago e o maior inovador do esoterismo do século vinte. Chamado "o pior homem do mundo" em seu próprio país, vilipendiado pelas "ordens iniciáticas" e religiões do Aeon de Virgo-Pisces, passou sua existência inteira procurando estabelecer os novos ritmos iniciáticos e religiosos da Era de Aquario-Léo, conforme descritos no Livro da Lei, um misterioso documento obtido por ele em circunstâncias espantosas.

 

O Livro da Lei

A pedra fundamental do Sistema Thelêmico, como desvelado por Aleister Crowley, é o enigmático livro conhecido como "O Livro da Lei", também chamado Liber AL, Liber Legis, Liber L, ou Liber CCXX. É um livro pequeno e tem sido editado de muitas formas e, atualmente em muitas linguas.Entretanto, a melhor tradução do livro para a língua portuguêsa é aquela de Marcelo Ramos Motta (1934-1987) Crowley afirma que o livro foi ditado a ele, durante sua lua de mel com Rose, em 1904 na Cidade do Cairo, Egipto. O livro foi ditado, no período de uma hora, durante três dias consecutivos, por uma "entidade praeter-humana" de nome Aiwass. Em uma série de visões, Rose indicou um número de símbolos relacionados com o Deus egípcio Horus, de acordo com o sistema que Crowley obteve da Golden Dawn, complementando e aumentado-o mediante suas próprias investigações mágico-místicas. Indo ao museu de Boulaq ela indicou a seu marido a Estela 666, que desde então obteve grande significado na mitologia thelêmica, como a alternativa forma do Livro da Lei. Seguindo as instruções de Rose, Crowley, alugou um quarto no hotel, arrumou-o como templo e invocando Horus, recebeu o ditado do Livro da Lei nos dias 8, 9 e 10 abril.


A frase "Livro da Lei" deriva-se da Maçonaria, como uma alternativa forma do "Volume da Lei Sagrada" que na maioria das Lojas Maçônicas do Mundo e´ a Bíblia (Antigo e Novo Testamento). Nas Lojas e Templos Thelêmicos (OTO) usa-se Liber AL vel Legis (o Livro da Lei). O livro é usado nos vários rituais, iniciáticos ou não, da OTO e da A.´.A.´. (as principais Ordens do Sistema Thlêmico). Somente que a A.´.A.´. não é uma ordem maçônica, seguindo linhas puramente espirituais.

O Livro da Lei é composto de Três Capítulos, cada um dos quais dedicado a uma divindade reinante no Aeon. A trindade do Livro da Lei ou Liber AL é composta por três Divindades Egípcias:

A Primeira é NUIT (NUT), a deusa do céu noturno, estreitamente ligada, na religião egípcia, com Hathor, também conhecida como a Venus Egípcia. Sua mensagem é de liberdade, amor e o místico beijo da união, como expresso na curiosa equação 0 = 2. Nuit revela a Lei de Thêlema e declara que os Aeons alternaram-se no Equinócio dos Deuses. Ela é representada mágicamente como espaço e as estrelas ali contidas. Nuit tem sido interpretada como o continuum espaço-tempo, ou como o infinito potencial contendo todas as coisas reais e irreais.

O Segundo é HADIT (HERU-BEHDETI ou HORUS of EDFU), o alado globo solar da divina autoridade. Esta forma do Deus Horus, originalmente em Bedheti, obteve grande influencia através do antigo Egipto. Hadit simboliza a secreta individualidade interior de cada um de nós, a estrela que dada um de nós somos, a indivisível e não manifestada fagulha divina que move cada um de nós em nosso auto escolhido caminho da vontade. Como tal, Hadit também representa o mundo oculto, o infinito e pequeno ponto, a capacidade para conhecimento, o companheiro de Nuit, e a ígnea natureza das divindades do mundo oculto tais como o Los de Blake, a Grega Hekate e Hades, o Lúcifer Cristão. Seus aspectos coléricos é sempre interpretado como uma forma de grande energia usada para muitos propósitos. Temas de realeza estão no centro da mensagem de Hadit.

A Terceira Divindade desta Trindade é o filho nascido da união de NUIT e HADIT, o Senhor do Novo Aeon, alternativamente representado por duas diferentes formas de HORUS. Uma delas é RA-HOOR-KHUIT (Ra-Horakhty), um aspecto militar de Horus como conquistador e guerreiro. Ra-Hoor-Khuit emana a energia interna de Hadit ao mundo. De qualquer modo os impulsos para a guerra e violência encontrados no Terceiro Capítulo do Livro da Lei, e um pouco menos no Segundo Capítulo, representam uma fórmula mágica de ígnea energia: atuais exortações para conquistas sobre planos de poder político e temporal. "Suplicantes" ou falsos thelemitas acham qualquer literal interpretação desse material bélico repugnante aos seus "princípios" (crististas, está claro). Mas Thelemitas os aceitam como uma necessária parte da transição do mundo para o Novo Aeon.


A outra forma de Horus no Terceiro Capítulo é HOOR-PAAR-KRAAT (HARPOCRATES), Horus o Filho, tradicionalmente o filho de Isis e Osiris. A Hoor-Paar-Kraat foi dado um atributo que ele, provavelmente, não possuia na Antiga Religião Egípcia - seu dedo pressionado sobre os lábios parece ser um gesto de pedido de silêncio. Assim, a partir da Golden Dawn, ele foi feito o "Deus do Silêncio", que surge como um místico e importante princípio. Entretanto, o dedo em seus lábios está sendo agora considerado, egiptólogos eruditos, como sendo o gesto de infantil de chupar o dedo polegar. Quando Crowley revisou o Trunfo "O Julgamento" nos derradeiros anos de sua vida ele exprimiu esta mudança, fazendo o dedo nos lábios de Harpocrates um gesto de prazer infantil em novas aventuras e possibilidades.

Os Comentários do Livro da Lei revela uma estrutura que compreende três categorias distintas: (1) a oculta, incluindo trabalhos qabalísticos e fórmulas de magia sexual; (2) a filosófica, onde antigos sistemas mundiais de consecução são co-relatados com recentes conceitos científicos; e (3) a política, onde implicações sociológicas da Lei de Thêlema tornam-se aplicáveis à situação contemporânea do mundo, implicações que hoje parecem ser mais urgentes do que eram há cinquenta anos atrás quando o Novo Comento foi escrito
Os dois primeiros Comentários de Crowley sobre o Livro da Lei estão separados por muitos anos. O Velho Comento primeiramente apareceu em "The Equinox" em 1912. O Novo Comento - que ele nunca publicou - foi escrito em 1920 como o resultado do "Trabalho de Cephaloedium , um ritual mágico sexual no qual a Besta (Crowley) e sua Mulher Escarlate (Alostrael) foram assistidos por Frater Genesthai .


"The Djeridensis Working", outro comento sobre o Livro da Lei foi escrito por Crowley em Tunis em 1923; ele não o completou. Existem outros comentários um dos quais foi publicado no "Equinox of the Gods" (1936); outros não chegaram até nós. O único Comentário que Crowley aceitou como tendo sido inspirado por Hadit - como prometido no próprio Livro (Cap.III, 40) - é aquele recebido por ele em Tunis (1925). Ele contém um aviso declarando que aquele que falhar em destruir o Livro da Lei depois da primeira leitura corre risco de grandes perigos.


"Bahlasti! Ompehda! Eu cuspo nos vossos credos crapulosos" (AL III, 54)

Comentário:

Para Thêlema todos os credos pertencentes ao Antigo Aeon são crapulosos. O verso deve ser entendido ao pé da letra. Não existe aqui qualquer simbolismo. A sentença é clara e direta. O autor de "O Livro da Lei Para Suplicantes" (de agora em diante "Suplicantes") ainda não entendeu que Thêlema nada tem a ver com credos piegas, moles, mornos, do passado Aeon. O termo "cuspir" tem. Aqui, exatamente a idéia comum e normal de cuspir de nojo, cuspir naquilo que você despreza, portanto nada tendo a ver com aquela lenda do cuspo de "Jesus", descrita no Novo Testamento que, por sinal, é um amontoado de superstições, palavras de passe de organizações políticas da época, e remendos vindos de outras crenças, etc.

Toda ação thelêmica é máscula, potente, mágica,viril, etc. O versículo não tem qualquer mensagem velada no sentido que o autor de "Suplicantes" quer dar. Isto é iludir, é mascarar a verdade. Thelemitas não suportam tal comportamento. Bahlasti e Ompehda são palavras do Língua Enoquiana (Língua Angélica), nada tendo a ver com as "explicações" dadas em "Suplicantes". Muito pelo contrário.
Bahlasti, é uma poderosa invocação de vingança, e está ligada a Bahti, uma entidade descrita na "Doutrina Secreta", de Blavatsky.


Ompehda refere-se, também, a vingança. Note que Om (Ma) peh (boca) da (terra), que pode ser traduzido como "a boca-terrestre da filha" - um particular e vil insulto. Existe uma sistemática toda especial de pronunciar-se as palavras na Língua Enoquiana. O processo está descrito em "The Golden Dawn", de Israel Regardie.


***

Caro Sr.

93.


"Um número, cada vez maior de estudiosos, passou a acreditar que, desde o início,
"thelemitas" compreenderam de modos diferentes, até contraditórios, a mensagem
Thelêmica. Quase imediatamente tais divergências Produziram várias "organizações" agregadas, Respectivamente, ao redor de um determinado Líder"

Percebo, logo de início que a Bibliografia contida em seu livro ("Suplicantes") só apresenta um livro da autoria de Crowley, isto é, somente um livro thelêmico, mas cita uma literatura de 2ª e 3ª Categoria (compilações, etc.) incluindo um livro espiritista. Desta sua bibliografia, somente podemos destacar, como representando sérios trabalhos esotéricos, os livros de Blavatsky, Eliphas Levi e E.A. Wallis Budge. Muito embora este último já esteja superado nos dias atuais da Egiptologia.
O que quero com isto dizer?
É muito simples: que o senhor nada entende ou conhece sobre Sistema Thelêmico, ou Crowley, a não ser aquilo que foi-lhe dito muito rápida e confusamente em sua pseuda "iniciação" no Caliphado ". Suas fontes de pesquisa são paupérrimas.

Existe na segunda capa de seu livro, ("Suplicantes"), uma apreciação a respeito de Crowley e de Liber AL que considero totalmente fora do "real", demonstrando mais uma vez sua plena ignorância com relação a Crowley e seu Trabalho.

Crowley jamais pode ser comparado com os "hippies" ou "beatniks", mesmo numa ligeira apreciação.
Crowley, meu caro Panyata, é a Grande Besta (To Mega Therion), o Logos do Aeon (UM MAGUS, cuja PALAVRA é a Fórmula do Aeon de Horus), nada mais e nada menos. O senhor sabe o que isto quer significar?

Na sua apreciação está escrito: "(Crowley) Entretanto, deixou severas advertências sobre a necessidade da magia ser vivenciada sob austeridade moral e dentro dos princípios sempre de acordo com a leis da Natureza (os negrito são meus).

Aqui o senhor comete o mesmo erro grosseiro cometido pelos dirigentes da FRA. Isto é, colocaram salvaguardas morais na frase "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei". A que moral o Sr. se refere? A moral que campeia no mundo atual, criado pelos lacaios da Igreja Romana? Ou a moral piegas dos espiritistas, evangélicos, teosofistas, etc. Ou será que o senhor aprova a moral criada por Jehovah, o monstro criado que "fala" no Antigo Testamento um linguajar egoista, malicioso, cruel, etc. ; um monstro que assassinava crianças e ordenava o estupro de virgens? Um Deus que "arrependeu-se" de várias de suas ações, abolindo assim a idéia de que ele seja oniciente. Um Deus que num acesso de ira e raiva, "tenta" aniquilar todas a criaturas por serem corruptas, esquecendo-se que elas eram suas próprias criações: "Iahweh viu que a maldade do homem era grande sobre a terra.. . Iahweh arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra... Farei desaparecer da superfície do solo os homens que criei..."

" Meu escriba Ankh-af-na-khonsu, o sacerdote dos príncipes, não mudará este livro em uma só letra; mas para que não haja tolice, ele comentará a respeito pela sabedoria de Rá - Hoor - Khuit" (AL - I, 36)

Nem sempre as afirmações e os pontos de vista de esoteristas entram em sintonia, mesmo que estejam falando exatamente sobre os mesmo assunto e, principalmente, quando este assunto é Thêlema.


Torna-se bastante difícil dizer-se que uma pessoa está errada em sua idéias e concepções a respeito de Thêlema e de qualquer outro assunto. Considero, ao contrário, ela estar iludida, enganada, vendo o cenário através de um véu semi-transparente. Claro que este engano leva ao erro. Ele surge da ignorância de certos fundamentos, de certos princípios camuflados durante muito tempo por aqueles que não desejam que a humanidade tome conhecimento, ou seja: veja diretamente sem interferência do véu opaco, e evolua além do status vigente.


Por que?


Porque somente assim eles terão poder sobre nós.
A coisa toda é mais ou menos parecida com o mostrado no filme Matrix. E da mesma maneira que o herói (Horus) do filme, é dever de todo sério thelemita combater a ignorância e o erro, e à aqueles que os criaram, estejam onde estiverem. Não irei entrar aqui em mais detalhes sobre este assunto. Meu propósito é tão somente expor a todos minhas observações com respeito ao livro "O Livro da Lei para Suplicantes", já que o próprio autor me as solicitou.


De início devo dizer que o autor do livro não pode fazer uma avaliação da "filosofia thelêmica" simplesmente porque ele não possui, sequer, um ligeiro, porém sério, estudo da mesma e nem a vivência necessária para avaliá-la, mesmo em seus mais baixos níveis, quanto mais em suas mais altas dimensões. Isto é um fato, não especulações fúteis. Quem conhece o sistema usado pelo Caliphado, para instruir seus "associados", sabe sobre que estou falando.


O Sistema Thelêmico jamais pode ser comparado com quaisquer dos sistemas esotéricos até então conhecidos, porque durante muitos séculos eles foram utilizados de maneira distorcida, eivada de pieguice, de sentimentos e tendências religiosas (principalmente crististas). Thelemitas jamais podem cair neste erro. Isto deve ser constantemente evitado, e todo pensamento e ação guiando-o nesta direção tem que ser destruído em seus nascedouros; do contrário Thêlema cairá na mesma situação das religiões organizadas e das "ordens iniciáticas" ligadas à Loja Negra. O termo não deve ser confundido com Fraternidade Negra, que é coisa completamente diferente.


Saiba-se que três são as principais Fraternidades para nosso planeta. A Fraternidade Negra (não confundir com Loja Negra), a Fraternidade Amarela e a Fraternidade Branca. No Antigo Testamento elas estão simbolizadas pelos tr~es filhos de Noah, e no Novo Testamento pelos Três Reis Magos. Alertamos não existir qualquer conotação racista, ou teológica, nas "côres" destas Fraternidades. Assim a Fraternidade Negra mantém que toda manifestação tem forçosamente que ser de natureza de sofrimento; que o fito do homem deve portanto ser esgotamento do Karma pessoal e absorção no Nirvana. Dessa Fraternidade foi o Buddha Sidharta Gautama o maior expoente; seu livro canônico foi o Dhammapada. A Fraternidade Amarela mantém que toda manifestação, sendo forçosamente resolvida de cima, deve ter razão de ser, e que portanto o fito do homem deve ser adaptar-se plasticamente às condições de manifestação, eliminando fricção, e jamais presumindo de modificar, de uma maneira ou de outra, os processos da Natureza.

O maior expoente dessa Fraternidade foi Lao-Tse, e seu livro canônico o Livro do Tao. A Fraternidade Branca mantém que o fito do homem é tornar-se aquilo que Blavatsky chamava de Nirmanakaya; que a Grande Obra é a transmutação progressiva, primeiro dos metais pessoais, depois dos metais planetários em ouro, e finalmente dos metais universais em ouro; e que o propósito e divertimento do Adepto deve ser fazer com que o deserto floresça de beleza e perfume. O maior expoente dessa Fraternidade foi e é a Grande Besta do Apocalipse, e seu Livro canônico, que não é seu, mas pertence a Nossa Senhora das Estrelas, ao Fogo Divino e á Criança Solar, é o Livro da Lei. Isto aqui apresentado é um fato, mas deve ser verificada pelo estudo e pela prática. A verificação é sempre individual. É inútil "acreditar" no dito - a sua "fé" nisso não lhe tornará capazes de entender todo o Sistema.

Toda mística religiosa, toda esta fajutagem, toda esta pieguice envolvendo o esoterismo (ou ocultismo) teve seu início na Idade Média, quando o mundo ocidental mergulhou na escuridão criada e cultivada pela Igreja de Roma (erradamente chamada Cristã). Os líderes dela tudo fizeram (e ainda fazem) para que as Grandes Verdades fossem ocultadas dos homens, e passaram a perseguir os verdadeiros sábios e heróis que queriam reverter a situação. Isto deu ensejo ao surgimento de grupos reunindo-se secretamente para a troca de conhecimentos. Assim nasceram as Ordens e Fraternidades Secretas, onde discutia-se livre e abertamente assuntos relacionados à Ciência Real, sem temer perseguições. Entretanto, mesmo estas associações foram, no decorrer do tempo, penetradas pelo inimigo, iniciando-se um movimento sistemático de destruição, ou distorções (e isto de dentro para fora, graças a ação de traidores que sempre existiram) do conhecimento cultivado pelos Iniciados. Disto existirem lacunas e anomalias em todos esses sistemas, porque são frutos de distorções e adaptações, etc., em benefício daquela Loja Maldita e suas filiais; isto é, a Igreja de Roma e as Seitas Evangélicas, que são mênstruos gerados pela Mentira. Este plano foi executado durante séculos.

Mas o trabalho destruidor jamais conseguiu penetrar o coração do Verdadeiro Ensinamento Iniciático. Na verdade este Ensinamento sempre existiu sob diversas formas, e diversos nomes, conseguindo atravessar os séculos sem ser, sequer, tocado pelos asseclas da Loja Negra (ou Grande Feitiçaria, como outros a chamam). Pode dizer-se que o poder e o dinamismo do Ensinamento Real (agora apresentando-se sob o genérico nome de Thêlema) transcende qualquer capacidade intrusa que tenha o poder de afetar qualquer outro sistema. É exatamente esta capacidade que mantém Thêlema em sua pureza. Por este motivo, quando algum profano, ou mesmo algum tolo dizendo-se iniciado em Thêlema, mete-se a traduzir ou discutir um dos nossos Livros Sagrados, esta pureza vê-se ameaçada, e o resultado é aquele que vemos em nossos dias com respeito a duvidosas organizações thelêmicas. Além do mais Thêlema é uma esfera dentro de outra esfera, isto é, existe uma organização visível e outra invisível, cada qual com sua função não compreendida pelo profano por mais que ele se esforce para compreender. A não ser que certas senhas e chaves sejam descobertas pelo constante estudo e práticas thelêmicas, e os necessários contatos internos sejam realizados, esta compreensão jamais será alcançada. Isto não é um jogo de palavras: ouça aquele que tem ouvidos de ouvir.


O Sistema Invisível está longe de toda e qualquer interferência indevida. As salvaguardas em torno dele são automáticas e precisas em seu funcionamento e, claro, reagem a qualquer tentativa de intrusão com a mesma intensidade com que são atacadas.
Até hoje a curiosidade profana não evitou a formação de lendas em torno de Thêlema, dos Thelemitas e, principalmente, de Crowley, em parte porque profanos e membros de outras organizações ainda não olham para estas coisas além dos limites da ideologia, da religião e da política. Assim, Crowley continua sendo, para as novas gerações, o que era para muitos em sua própria época: um mistério.


Thêlema não é um sistema comum, conhecido como outros, muito embora pessoas tentem explorar-lo para benefício próprio. Mas enganam-se nesta tentativa, porque no fim de tudo, são eles os explorados.... "Os escravos servirão".


Diante da bancarrota das organizações míticas e mágicas, de todas as cores e procedência, de todos os "raios" e "chamas", os verdadeiros mestres da humanidade chegaram à conclusão da necessidade de resguardar as tradições e ensinos mágicos que vêm, até nós, numa continua sucessão de homens preparados para a missão de doá-los imaculados à humanidade. Estes homens (ou seres) não estão ligados a quaisquer ordens ou fraternidades, ou irmandades conhecidas profanamente, embora as possam usar como um meio de "escolher" futuros candidatos para assumir a missão. As organizações desses homens sábios estão livres de laços religiosos, provenientes de qualquer tipo de igreja oficializada.


Liber AL vel Legis, ou Liber CCXX, foi ditado à Crowley por um desses Mestres. Crowley foi o homem que recebeu o ditado, assumindo a missão de transmiti-lo à humanidade em peso. O Livro contém verdades que, de certa forma, assustam àqueles que o lêem pela primeira vez ou que não estão preparados para recebe-las. Mas o Livro não foi feito para mendigos, mas sim para os reis desse mundo. Não foi feito para "suplicantes", mas para aqueles que comandam. Não foi feito para os pobres, mas sim para os ricos. Portanto, está escrito "que aquele tem, mais lhe será acrescentado, mas aqueles que não tem, até o têm lhe será tirado; e portanto também está escrito: deixa que o mortos enterrem seus mortos".

Em cada idioma vivo ou morto, cada palavra teve, em sua origem, um significado, mas com o tempo foi adquirindo outros. A que se deve isto? Por um lado a generalização da ignorância; por outro ao uso cotidiano: uma palavra pode ser mal identificada; alguém pode atribuir-lhe um significado errôneo ou impreciso, e assim pode chegar a um valor de comunicação bem distante de seu significado original, ou com uma idéia aproximada.
Como exemplo podemos tomar a palavra pessoa (persona em Latim) usada para identificar um exemplar da espécie humana. Originalmente a palavra significava "máscara" (ilusão), e que na língua francesa mantém um significado aproximado do original: personne (Francês) significa ninguém. Outro exemplo intrigante é que todos nós usamos a palavra revelação no sentido de "descobrir", "divulgar", "mostrar", quando, na realidade a palavra revelar significa velar duplamente (cobrir, esconder duas vezes - RE) isto é RE+VELAR, como em (Re)petir, (re)ligar (daí (re)ligião = ligar de novo), etc. Portanto, de uma certa maneira, aqueles que pretendem, presunçosamente, revelar os significados "ocultos" nas frases e palavras de Liber AL vel Legis, não fazem mais do que vela-los duplamente.

Como ja explicado Liber AL vel Legis é o fundamento de todo aquele Sistema de Consecução Espiritual ao qual chamamos Thêlema. O Sistema foi desvelado para nós naquilo que é necessário e possível, pelos Comentários de THERION Ele Mesmo.
Liber AL vel Legis foi ditado por Aiwass a Crowley em três dias consecutivos: 8, 9 e 10 de Abril de 1904 (daí a contagem do tempo thelêmico iniciar-se neste anos). O Livro foi recebido na Cidade do Cairo (El Kaira - A Vitoriosa) e é a prova da existência de entidades praeter-humanas em contato com os homens, muito embora Crowley tenha afirmado que Aiwass era seu Sagrado Anjo Guardião. Independente disso, é dito ser Ele um dos Mestres Secretos da Humanidade. Esta última definição contraria a posição de Frater Achad em seus últimos anos. Ele tinha Aiwass como uma entidade votada à destruição da humanidade. Mas devemos também dizer que, ao que parece, Frater Achad enlouqueceu após sua tentativa de cruzar o Abismo. A verdade somente seria conhecida por aqueles que tornaram-se Mestres do Templo.


O contato de Crowley com Aiwass nada tem a ver com mediunidade. A entidade tomou forma no espaço do quarto onde Crowley sentara-se para registrar o ditado da Lei. Aiwass surgiu após uma invocação do Deus Horus executada por Crowley. Isto aconteceu porque, em uma visão astral, Rose, esposa de Crowley, dissera-lhe que Horus lhe havia ordenado a execução desse ritual. Todo o ocorrido está descrito, em seus mínimos detalhes, em "O Equinócio dos Deuses". Exatamente por esta narrativa podemos constatar que Rose não estava no quarto com Crowley, afastando qualquer insinuação de que teria sido ela quem ditara o Livro, através algum tipo de mediunidade. Afirmações de que Rose seria um médium não tem a menor base. Pessoas que afirmam esta versão da mediunidade de Rose o fazem porque nada conhecem como Magick funciona. Crowley abominava e sempre combateu o uso da mediunidade.
Segue-se uma pequena narrativa do próprio Crowley sobre o acontecido.

" Eu entrei um minuto antes no 'templo' para poder fechar a porta e sentar-me ao soar do meio dia. Na mesa estavam minha caneta - uma caneta tinteiro Swan - e suprimento de papel tamanho carta, de oito por dez polegada, para máquina de escrever. Nunca olhei em volta em momento algum.


A voz de Aiwass veio aparentemente sobre meu ombro esquerdo, do canto mais longe da sala. Parecia ecoar em meu coração de uma maneira muito estranha, difícil de descrever. Tenho notado um fenômeno similar quando estou na expectativa de uma mensagem que pode conter grande esperança ou grande temor. A voz jorrava apaixonadamente, como se Aiwass estivesse alerta quanto ao limite de tempo. Escrevi 65 páginas deste presente ensaio à minha velocidade usual de composição, em aproximadamente dez horas me meia, comparando com as 3 horas de 65 páginas do Livro da Lei. Tive que correr para manter o ritmo; o MS demonstram isso facilmente. A voz era de timbre profundo, musical, musical e expressiva, seus tons solenes, voluptuosos, ternos, ardentes, ou o que fosse apropriado às mudanças de humor na mensagem. Não era baixo - talvez um tenor cheio, ou um barítono. A pronuncia inglesa era sem sotaque, quer nativo ou estrangeiro; completamente sem maneirismos provinciais ou de casta; assim surpreendente, e até incrível, ao ser ouvida pela primeira vez. Eu tive uma forte impressão de que quem falava estava realmente no canto onde parecia estar, num corpo de 'matéria fina', transparente como um véu de gaze, ou como uma nuvem de fumaça de incenso.


Ele era um homem alto, trigueiro, de seus trinta anos, bem coordenado, ativo e forte, com a face de um rei selvagem, de olhos velados para que seu olhar não destruísse o que via . A roupa não era árabe, sugeria Assiria ou Pérsia, mas muito vagamente.

Durante muito tempo, Crowley, dentro de seu cepticismo, questionou o Livro da Lei de todas as maneiras que pode (chegou mesmo a "perdê-lo), permitindo validar a mensagem. Como um investigador céptico, estava imune a possíveis glamoures oriundos da ótica mística de um observador parcial e dos enganos mediunicos.

Seu amigo Cap. Fuller, narrando como foi a revelação, escreveu: "... veremos que a Grande Fraternidade Branca, preparou Frater Perdurabo sutilmente, por mais de dois anos de treino em racionalismo e indiferentismo, para receber a Mensagem D´Eles. Executaram tão bem o trabalbo que ele recusou-se à mensagem por cinco anos mais, a despeito de muitas estranhas provas da verdade dela. Frater Perdurabo teve mesmo que ser totalmente "despido de si mesmo" antes de poder transmitir a Mensagem com eficiência."

O próprio Crowley escreveu sobre Liber AL: "Estou certo, eu a Bêsta, cujo número é 666, de que este Terceiro Capítulo do Livro da Lei é nada menos que a autêntica Palavra, a Palavra do Aeon, a Verdade sobre a Natureza nesta época e sobre este planeta. Eu o escrevi, odiando-o e escarnecendo dele, secretamente alegre de que eu poderia utiliza-lo para me revoltar contra esta Tarefa terribilíssima que os Deuses atiraram sobre meus ombros: a Cruz deles, de aço em brasa, que devo carregar até o meu Calvário, o lugar do crânio, para lá ser desembaraçado de seu pêso, apenas para que possa ser crucificado sobre ela..."

Estudantes mais atentos perceberão que o Livro aparece sob duas numerações, XXXI e CCXX. A primeira refere-se ao manuscrito originalmente recebido. A segunda refere-se a uma edição revisada e alterada pelo próprio Crowley, onde foram feitas modificações, deixando o livro com 220 versos.
A mais importante injunção para aqueles que se arvoram em interpretar ou discutir Liber AL vel Legis, está no Comento escrito por ANKH-F-N-KHONSU:

"Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei"
"O estudo desse Livro é proibido. É sábio destruir esta cópia após a primeira leitura.
Quem não presta atenção a isto incorre em perigo e risco pessoais. Estes são dos mais pavorosos.
Aqueles que discutem o conteúdo deste Livro devem ser evitados por todos. Como focos de pestilência.
Todas as questões da Lei devem ser decididas apenas por apelo aos meus escritos, cada qual por si mesmo.
Não existe lei além de Faze o que tu queres.
Amor é a lei, amor sob vontade"

ANKIH-F-N-KHONSU

Este aviso tem criado controversas desde o memento em que foi escrito, pois como pode o adepto penetrar os mistérios do Livro sem estudá-lo? Não é minha intenção entrar neste debate; melhor será deixar que o texto fale por si mesmo. Eu repito o aviso em III, 42: "Sucesso é tua prova: não argumentes: não convertas: não fales demais!"

Todo thelemita que se preza observa esta injunção. Os outros? "Faze o que tu queres"

Liber AL vel Legis é um dos livros (libri) thelêmicos considerados Classe A. Estes Libris (Classe A) são todos aqueles escritos por Frater V.V.V.V.V. a partir de Outubro de 1907, ano em que a A.´.A.´. foi desvelada ao mundo.
Como todo interessado em Thêlema deve saber, os Livros da Ordem são selecionados em seis classe a saber:

Classe A - Livros escritos pelo Porfeta
Classe B - Obras de estudo ordinário
Classe A-B - Obras compostas que encaixam-se em ambas as classes
Classe C - Questões de suma importância. Auxílio aos assuntos da Ordem
Classe D - Rituais e instruções oficiais
Classe E - Qualquer livro, etc, destinado á divulgação de Thêlema.


Os livros de Classe A são publicações de Iniciados da Ordem Interna. Um Iniciado de grau abaixo de Magister Templi jamais deverá traduzir estes livros para outras línguas, ou tentar anotá-los, porque evidentemente cometerá grandes tolices. Estas traduções, incluindo aquelas de Livros Classe B, têm que ser de mão de Iniciados da Ordem Interna. Um leigo que traduza uma obra de Classe A não terá p Imprimatur da A.´.A.´.. Traduções feitas por Iniciados de certos graus serão levadas em consideração pela Ordem, mas somente se esta decidir que o Pensamento original foi transmitido com suficiente fidelidade e clareza . De certa maneira os pruridos de tradutores leigos e comentaristas da mesma espécie, são apenas tentativas dos egos deles rebelarem-se contra a hierarquia thelêmica.. Os egos deles sabem perfeitamente que Thêlema os levará, mais cedo ou mais tarde, à destruição total.

Assim, procuram dar "interpretações" aos livros thelêmicos (principalmente aos versos de Liber AL vel Legis) para "escapar" (que ilusão!) desta situação que consideram malígna.
Também seja sabido que nenhum mero membro da OTO, mesmo pertencente aos graus mais elevados (IXº. Xº, XIº) está qualificado para comentar ou anotar Therion, principalmente com relação a Comentários dos versos de AL. Também, ninguém da A.´.A.´. abaixo do grau de 8º=3 está qualificado para comentar. A presunção, a audácia e a iniciativa ridícula de certos escritores, ao se apresentarem como interpretadores e comentadores de Liber AL vel Legis, deixam a todos nós, thelemitas, abismados. Existem iniciados que levaram mais de cinco anos, após terem alcançado o Grau de Magister Templi, para abalançar-se a traduzir livros de Classe A e B.


Agora algumas considerações a respeito de "O LIVRO DA LEI PARA SUPLICANTES" que, de agora em diante, chamarei de "SUPLICANTES". Também para facilitar o trabalho transcreveremos alguns dos Comentários de TO META THERION (Crowley) a Liber AL, notas de Frater Adjuvo (Marcelo Ramos Motta) e algumas de minha própria autoria quando julgar necessárias para clareza de certos trechos escolhidos entre aqueles "comentados" e "explicados" pelo autor de "Suplicantes".

Sei da "boa vontade", das "puras intenções" e mesmo do "Porque" o autor teve que escrever o livro. É exatamente por esta razão que aqui registro esta minha rápida análise. Aliás esta não será necessária àqueles dotados de algum conhecimento thelêmico e bom senso.

Na página 3 de "Suplicantes" (Preceitos da Alvorada), lemos:


"Creio em Deus". Nenhuma thelemita crê em um Deus separado do homem, seja ele denominado O Grande Arquiteto do Universo, Jehovah, etc.; pois "não existe Deus senão o homem".


Mais à frente, nesta mesma página 3, está escrito: "... deve morrer o ser inferior e emergir o ser superior e novamente nascer."
Não existe esta história de "ser superior" e "ser inferior". Isto inferimos logicamente da sentença anterior "Não existe Deus senão o homem".


Isto de "ser inferior e superior" leva profanos a grandes erros de perspectiva. O Homem é uma Unidade, não dualidade. É necessários anular os pres de opostos. "O Corpo do Homem não difere de sua Alma; pois o denominado corpo é uma porção da Alma discernida pelos cinco sentidos, a principal enseada da Alma nestes tempos" - "Casamento do Céu e do Inferno" - Gravura 4, A Voz do Demônio"- Willian Blake .

(Este é um preceito que deve ser estudado por todos que desejam seguir a corrente thelêmica). Na página 7 (Suplicantes), logo de início encontramos uma lamentável tradução para o Português, de "Do what thou wilt shall be the whole of the Law", que alguns "thelemitas" (principalmente aqueles "iniciados" no Caliphado), teimam, por pura vaidade, opor àquela de Marcelo Ramos Motta (Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei) que é bastante mais elegante e "mágica" do que a deles ("Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei"). Esta péssima tradução surgiu quando membros do Caliphado tentaram desmoralizar Marcelo Motta (Frater Parzival XIº) há alguns anos atrás. Infelizmente para eles a tradução que mais se aproxima da idéia original, expressa na frase em Inglês, é a de Marcelo Motta: "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei."
Existem alguns espertinhos, não contendo as seduções de seus egos, acrescentam uma vírgula na sentença que fica: "Faz o que tu queres, será o todo da Lei."

No PREFACIO do livro (Suplicantes), página 8, encontramos: ... " Ao finalizar, agradeço a Panyatara a oportunidade de prefacia-la, augurando-lhe êxito, reedição e acolhimento pelos estudiosos das ciências herméticas e pelos Thelemitas do Brasil e da América Latina.".

É dito por Panyata que quem escreveu isto é um Thelemita. Duvido muito...


JAMAIS UM THELEMITA ACOLHERÁ UM LIVRO COMO ESTE, QUE CHOCA-SE DE FRENTE COM THELEMA LOGO NO INÍCIO EM SEU TÍTULO. "SUPLICANTE" É AQUELE QUE HUMILDEMENTE IMPLORA. AJOELHA-SE PARA PEDIR. QUE SE PROSTA DIANTE DE ALGUÉM OU ALGO QUE NÃO SEJA SEU RELICÁRIO INTERNO, PARA PEDIR. ESTA É UMA POSTURA ABOMINÁVEL AOS OLHOS DE QUALQUER THELEMITA, POIS SE PROSTANDO ASSIM O HOMEM ABDICA DE SUA DIVINDADE E INDIVIDUALIDADE.


Todo "suplicante" é, em última análise, um sofredor, um masoquista. O sofrimento é fruto da ignorância, e sua presença é sintoma de erro, e não sinal de espiritualização, como nos querem convencer católicos, espíritas, evangélicos, etc. Todo ser humano que sofre, sofre por sua própria culpa e no momento em que sofre: os nossos erros do passado determinam as nossas condições de manifestação; mas a essência do nosso íntimo, o Fogo interno queimando no coração da Estrela Caída, está sempre presente em nós, está sempre presente em nós a possibilidade da Pedra Filosofal, que transmuta o pesado, penoso chumbo de Saturno no belo, luminoso Rubi e Ouro do Sol.

Quanto a esta "estória" de auxiliar as pessoas, isto é, ter piedade dos "suplicantes", é coisa dos Irmãos Negros. Tem você, por acaso, piedade de Deus?.


Devemos alertar a todos que esses Irmãos Negros são completamente irresponsáveis e loucos espiritualmente. O propósito deles em ajudar e influenciar pessoas, não é malígno; pelo contrário. Eles estão imbuídos de "piedade", e do desejo de "fazer o bem". Mas estes sentimentos (tão explorados pelos crististas, principalmente aqueles ligados à Roma e ao Karcdecismo) sendo o resultado de falta de Compreensão (Binah), quando postos em atividade só podem ocasionar resultados desastrosos. Se os cegos guiarem os cegos, todos cairão no mundeo chamado Porque. A aparência de um Irmão Negro, numa visão astral é sempre brilhante. Os piores entre eles são os que mais brilham. Veja-se, neste consenso, o Capítulo 148 de "LIBER ALEPH", De Stultis Malignis - "Os Tolos Malignos". Esses são os tolos dos homens, esses que têm piedade. Esta tese é de máxima importância no Livro da Lei.


Nós não temos o direito de intervir na vida de ninguém mas nós podemos, em certo sentido, da maneira e no tempo certo, alertar contra certas tolices. Quem quiser ter piedade que tenha. Mas lembre-se do perigo existente em intervir no Karma alheio. Se já temos o nosso, para que pegarmos o de outros. Além do mais não podemos viver a vida de ninguém, e os momentos mais importantes na trajetória de um homem (Nascimento e Morte) ele está só, muito embora possa estar cercado, no momento, por uma multidão.

Claro. Não comentarei todo o livro dos "Suplicantes", eu teria de escrever outro livro, e não tenho tempo para isto - "Os cristãos aos leões". Farei algumas observações que julgo serem mais necessárias, no sentido de acenar a todos os interessados com o não embasamento das interpretações alinhadas pelo autor (Panyatara) do livro que, prece, deseja de toda maneira quebrar a força, a energia, e o poder emanados de Liber AL vel Legis, por acha-los não alinhados com os preceitos e pieguices crististas, ou judaicas, ou islâmicas, etc.(todas elas farinha do mesmo saco). Enfim, com todas estas amarelentas lamúrias abominadas pelos verdadeiros Homens


O autor do "Suplicantes" tem declarado que o livro vem sendo muito procurado. Evidentemente! Isto que simplesmente significar que aqueles que temem Thêlema gostariam que Liber AL não dissesse o que diz. Além do mais esta quantidade (de procuradores do livro) não traduz qualidade. "Que meus servidores sejam poucos e secretos; eles regerão os muitos e conhecidos" (AL, I, 10)

PERDURABO quer dizer "Eu perdurarei até o fim". Mas se prestarmos atenção à palavra veremos que ela (PERDURABO) termina com uma letra "O" (Zero, Nada). Isto magicamente quer dizer que no "fim" (da palavra Perdurabo) NADA havia para perdurar. Ora, NADA é NV (Nuit).
NADA = 50+1+4+1=56; NV= 50+6 = 56 56=5+6=11, a Obra Completa, isto é, a união do Pentagrama (Homem, Microcosmo) com o Hexagrama ("Deus", Macrocosmo).


Em relação a estes números está escrito:


"Dividi, somai, multiplicai e compreendei" (AL, I, 25)

Dividindo - 6:50 = 0.12
0 = a circunferência, Nuit
. = o Centro
1 = a Unidade resultante - Ra-Hoor-Khuit
2 = o "H" cóptico, cuja figura lembra a arábica figura 2, o Alento da Vida, inspirado e expirado. A consciência humana - Thoth

Somando - 50+6=56, NV, e concentrando 5+6=11, Abrahadabra, etc.

Multiplicando - 50x6=300, Shin (c) e Ruach Elohim, o Espírito Santo.
(Consultar "Liber AL vel Legis com Comentários de To Mega Therion)

Como pode-se observar, nada tem a ver com as interpretações feitas pelo Sr. Panyatara que, dentro de sua visão influenciada pelo problema sexual proveniente do Aeon de Osiris, induz aos leitores àquela visão de que o Kteis (ou seja, a Vagina) é símbolo, ou aponta, para o Mundo de Ashia (Ashiatico, ou Assihatico, no linguajar dele), ou seja Olam Qliphot. Em outras palavras quer ele dizer: "Cuidado com estas magias ligadas ao Kteis....

Assim, parece-me que este senhor ainda não deu conta do que está simbolizado pelo Lamen da OTO, ou pelo Graal, e que a Magic(k) está profundamente ligada ao poder do K(teis). Além do mais parece ter esquecido que em Hebraico escreve-se da direita para a esquerda. Desta forma NV escrito em hebraico é wn (VN). Portanto, quando o versículo diz que "minha palavra (não minha "senha", como traduzido em Suplicantes) é seis e cinquenta", ele segue a sequência das letras, como a palavra seria escrita em hebraico.
É tão simples assim? Sim! É simples, sem floreados inúteis, cuja finalidade é desviar nossa atenção da essência das coisas - pura embromação.

O verdadeiro orgasmo é, na realidade, um tipo de consciência que nos leva a perceber a continuidade da existência, ou não realidade da morte. Estas são consecuções resultantes de longos períodos de práticas intensas.

Em AL, I, 27 "... doce aroma de água exsudada", corresponde ao aroma característico da vagina da mulher pronta para o coito. Este Cap. Liga-se ao anterior, do qual A o autor de "Suplicantes" faz o seguinte comentário: ".... Esta verdade é ainda mais fácil de ser alcançada quando consegue ver em sua Mulher Escarlate, não o objeto de prazer de seus sentidos materiais....." Da mesma forma temos "as mulheres de doce aroma".
Lamen da OTO

No entanto, a Mulher Escarlate, a Grande Puta, basicamente representa um conceito feminino: o conceito de liberdade sexual e de ação e poder da mulher, oprimida no Aeon de Osiris e soberana do de Isis. A característica de liberdade não é feminista, e sim de igualdade ao homem. Isto é muito importante e deve ser compreendido sem que reste quaisquer dúvidas. A mulher tem os mesmo direitos dos homens, mesmo em relação ao sexo.


Em "Comentários de AL", por Crowley (Editado no Brasil por Marcelo Ramos Motta) temos:
"Leis contra o adulterio são baseadas sobre a idéia de que a mulher é uma propriedade, de forma que copular com uma mulher casada é privar o marido dos serviços dela"..... "Para nós toda mulher é uma estrela. Ela tem, portanto, o direito absoluto de viajar em sua própria órbita."... "Deve ser bem notado que as Grandes Mulheres da História tem sido completamente livres em sua vida amorosa. Safo, Semiramis, Messalina, Cleópatra, Tai Chi, Parsiva, Clitemnestra, Helena de Troia, e em termos mais recentes Joanna D´Arc ( de acordo com Shakespeare), Catarina a Grande da Rússia, Rainha Elizabeth I da Inglaterra, George Sand.

Contra estas podemos colocar Emily Bronte, cuja supressão sexual era devida ao seu meio e assim explodiu na incrível violência de sua arte, além das mais místicas religiosas regulares, Santa Thereza e assim por diante, os fatos de cuja vida sexual foram cuidadosamente camuflados para servir aos interesses dos deuses-escravos. Mas apesar disto, a vida sexual delas era intensa, pois os escritos dessas mulheres estão sobrecarregados de expressões sexuais apaixonadas e pervertidas, mesmo ao ponto de morbidez e alucinação.
Sexo é a principal expressão da natureza de uma pessoa; grandes naturezas são sexualmente fortes; e a saúde de qualquer pessoa dependerá da liberdade daquela função"

"Tu drenarás teu sangue que é tua vida na taça dourada de fornicação Dela" (Liber Cheth, 2)
Que os leitores considerem esta passagem, meditando sobre esta "taça dourada" onde nosso "sangue" (que é "vida") deve ser derramado.

"O prazer de dissolução", referido no capitulo 30, refere-se á morte, o supremo orgasmo, quando o homem dissolve-se em Nuit. Da mesma forma o orgasmo humano normal, quando o homem "dissolve-se" na mulher.

O versículo 31 está muito mal traduzido em "Suplicantes". A tradução correta é: "Por estes tolos dos homens e suas dores de todo não te cuides! Eles sentem pouco ; o que é, é balanceado por fracas alegrias; mas vós sois meus escolhido"

Os tolos dos homens são os deuses dos homens. Aqui a palavra tolo aparece escrita com "t" minúsculo; quando escrita com "T" maiúsculo refere-se àqueles que atingiram o 11º Caminho onde está alocado o Trunfo 0 (O Tolo) cuja letra é aleph (a) (número 1), a Swastika regirante de Quatro Braços, tal qual a figura de nossa Galaxia, a origem de Tudo para nós. Repare-se que 0 multiplicado por qualquer valor dá sempre 0, e isto deve nos levar á várias considerações. O 11º Caminho, que é de particular impoirtância no presente Aeon, relaciona-se ao Elemento Ar ou Espaço.


No 'SUPLICANTE', a tradução do versículo 45 está errada. Ali está traduzido: "O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; ou melhor, são nada". A correta tradução sendo: "O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; não, são nenhum". A diferença é, aparentemente pequena mas suficiente para truncar o sentido e a qabalah ai existente. A palavra inglesa NAY traduz-se por NÃO, jamais como "ou melhor". Quem traduziu a palavra deste modo nada sabe de Inglês ou está com más intenções (sendo esta última a hipótese mais viável). Agora NÃO é NADA, NUIT.
Agora vejamos o Versículo 46

"Nada é uma chave secreta desta lei. Sessenta e um os Judeus a chamam; eu a chamo oito, oitenta, quatrocentos & dezoito"

Nada em Hebraico é AIN (nya) cujo valor numérico é 61 (N=50; I=10; A=1). Os cabalistas judeus estão a par deste segredo, mas a compreensão que eles têm dele é parcial e errônea. Que o autor de "Suplicantes" não confunda AIN (NADA) com a letra AYIN (u) (que significa olho - valor numérico 70). O hieroglifo da AYIN como sendo matéria, laço materializado, esta totalmente errado, como toda a listagem dada em "Suplicantes" pag.18.
Kether é o foco da Consciência Cósmica, e sua primeira manifestação é LVX. AIN, que é a sua fonte, não é a Escuridão mas ausência de Luz (isto pode parecer uma falácia, mas não é), e portanto a verdadeira essência da LUZ


Não esquecemos que 418 = 4+1+8= 13 (Achad - Unidade). Isto nos lembra que o valor numérico das Sephiroth da Coluna Central é 26 , isto o dobro ou 13x2=26. E que IHVH também tem o valor 26. Portanto IHVH (Jehovah) representa a unidade em dualidade.

Na pagina 65 de "Suplicantes" encontramos o comentário sobre o Vs. 57 do Cap.I de AL:
"Invocai-me sob as estrelas! Amor é a lei, ,amor sob vontade. Nem confundam os tolos o amor; pois existem amor e amor. Existe o pombo, e existe a serpente. Escolhei bem! Ele, meu profeta, escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande mistério da Casa de Deus.
Todas essas velhas letras de meu livro estão corretas, mas x (Tzaddi)) não é a Estrela. Isto também e´secreto; meu profeta o revelará aos sábios". (Esta é a tradução correta do Versículo).


Ante isto, Crowley, então, raciocinou: "Se a letra Tzaddi não era 'A Estrela', o que era então Tzaddi? Durante anos (vinte anos para ser exato) ele tentou decifrar o enigma, permutando a Carta, A Estrela, de número XVII, com outras. Passado esse tempo, finalmente veio a solução. Tzaddi é o "Imperador". Portanto, as posição das Cartas XVII e IV devem ser trocadas. Isso era bastante satisfatório para ele. A justeza da troca fica mais evidente quando consideramos a etimologia. "É natural que a Grande Mãe (simbolizada pela Carta "A Estrela"), deva ser atribuída a letra He (h), que é a sua letra no Tetragramaton (IHVH). E, evidentemente, Tzaddi é a natural letra de "O Imperador" no sistema fonético original, como está indicado nas palavras Tzar, Kzar, Keiser. Ceasar, e outras. Refiro ao estudante e ao escritor de "Suplicantes" (se ele está realmente interessado em Thêlema) a estudar "O Livro de Thoth", de Aleister Crowley (já existe uma edição em português, não é muito bom mas serve para iniciar-se no assunto).


Comenta Crowley a respeito de Tzaddi: "Eu não vejo motivo pra não revelar o mistério de Tzaddi aos sábios; outros não compreenderão minhas explicações.
Tzaddi é a letra do Imperador, o Atu IV, e He é a letra da Estrela, o Atu XVII (nos baralhos comuns, Tzaddi está referido a Carta "A Estrela"). Aquarius e Aries são, portanto, transferidos, revolvendo no pivô de Pisces, justamente como, nos Trunfos XI e VIII, Leo e Libra revolvem em torno de Virgo. Esta última revelação torna nossas atribuições do Taro sublimemente, perfeitamente, completamente, simétricas".

Na tradução de "Suplicante" existem alguns enganos que levam a interpretações erradas quanto ao que seja "A Estrela"; pois lá está escrito "uma estrela".
O baralho (Tarô) usado pelo Sr. Panyatara, tem todas as suas atribuições truncadas (ou melhor dito: erradas), talvez, quem sabe?, para ocultar as verdadeiras atribuições aos profanos. Isto é uma maldade, já que as pessoas estão se influenciando por mentiras, tomando aqueles erros como se fossem o certo. De qualquer maneira este tal "Baralho Egípcio" é uma piada; e de mal gosto, diga-se de passagem. Seu verdadeiro nome é Taro Kier, e foi criado em 1971 na Argentina, e trazido para o Brasil por Nelise Vieira.

Uma análise é necessária sobre "o pombo e a serpente". O pombo é o símbolo do amor heterossexual, entre homem e mulher; a serpente é um símbolo do amor homossexual, entre homens. O autor de "Suplicantes" deve ser lembrar aqui da passagem do Novo Testamento onde "Jesus" diz : "sede sábios como a serpente, e inocentes como o pombo". O estudante sério é referido aos Scholion sobre Libver Samech (de Livro Quatro, Seção J; a longa nota no Cap. IV de Parte III do Livro Quatro, sobre a Palavra ALIM (não confundir com Alhim = Elohim) (ver "Magick", pag. 157 - Samuel Weiser Inc.); aos seguintes versos 14-21 e 34-36 de Liber CCCLXX; ao comentário ao verso 52 de AL, especialmente os parágrafos 39-40; e ao Hino em Liber XV.


A característica principal dos Irmãos Negros, quando um Equinócio dos Deuses se processa, é que eles são incapazes de perceber o significado espiritual das mudanças. Nem poderia ser de outra forma, desde que eles deliberadamente recusam-se a receber admonições de Binah, que eles interpretam como mensagens de uma "Entidade Maligna" que deseja destruí-los. (Realmente, Binah deseja destruí-los. O PREÇO DA INICIAÇÃO É A MORTE!). Portanto, eles persistem em usar as fórmulas obsoletas, tentam destruir toda manifestação da fórmula nova, recusando-se a aceitar a gestão ou orientação daqueles cuja autoridade é oriunda da Palavra Nova e - em suma - portam-se como crianças rebeldes e mimadas.

Concordamos plenamente que seja difícil a um Iniciado Hindú, por exemplo, absorver a idéia de que AUM é um hieróglifo imperfeito. Há mais de dez mil anos que Krishna (cuja Palavra era AUM) - veja-se Liber Aleph, Cap. 71 - era adorado na Índia como "a mais perfeita incarnação da Divindade. (Krishna foi um Avatar de Vishnu, assim como THERION é um Avatar de Shiva). Mas talvez possamos atrever-nos a conceber que, por mais atrasada e bronca que seja a raça humana, pode ser que em dez mil anos de eforço ela tenha conseguido chegar a uma compreensão mais avançada - nem que seja um ou dois milímetros - do Universo em que vivemos. Talvêz, até mesmo alguns hindús sejam capazes de admitir isto. Pelo menos certos Yogis Tântricos de elevada iniciação, e certos adoradores de Shiva e Kali perceberam porque o Nome Espiritual de Aleister Crowley, na tradição Inici´tica Hindú é MAHATMA GURU SRI PARAMAHANSA SHIVAJI.
Aos realmente interessados aconselho a ler o magnífico poema "The Ship", no Equinócio I, 10.

Os três assassinos - um negro, um amarelo e um branco - representam as três correntes iniciática atacando o Novo Magus. E aprendendo à própria custa (e à custa D'Ele - mas afinal de contas, é para isso que Ele veio) que a Palavra da Lei é QELHMA.
O autor de "Suplicantes" está por demais enceguecido por sistemas pertencentes ao Æon do Deus Sacrificado, tais como o "Sistema" Kardecista, Samael Aum Weor (notório Irmão Negro), Eu Sou, da "Chama Violeta", do Raio Azul, etc. Todos becos sem saída, por que são imitações (grotescas) da Arte Real. A cegueira deste senhor é de tal magnitude que ele complica aquilo que é simples e de bom senso. Seu Rauch deve estar bastante adoentado. Percebemos isto quando ele "analisa" os Vs. 37, 38, 30, 40, 41, 42 e 43 do Segundo Capítulo do Livro da Lei.


Vejamos a que referem-se estes versículos:


Vs. 37 - refere-se ao dia 12 de agosto, desde que foi o dia do casamento da Besta e da Primeira Mulher Escarlate, que tornou possível a revelação da Nova Lei (isto não é uma apologia ao casamento;
Vs. 38 - refere-se aos dias 8, 9 e 10 de abril, a festa começa ao meio-dia;
Vs. 39 - Esta é uma festa secreta para Tahuti e a criança do Profeta;
Vs. 40 - O Supremo Ritual é a Invocação de Horus. A data, 20 de março;
Vs.41 - Uma festa para a puberdade de meninos e meninas. Fogo, no caso dos meninos, e água (menstruação) para meninas
Vs. 42 - Para aquele que realiza Hadit;
Vs. 43 - Um ato de adoração especial de Nossa Senhora. Iniciados ao VIII e ao IX sabem como festejar.

Os versos que mais têm confundido o autor de "Suplicantes" parecem-me ser aqueles de números 23 e 24 do Capítulo dois de Liber AL.

Vs 23 - Para perfume misturai farinha & mel e boa borra de vinho tinto; então óleo de Abramelim e óleo de oliva, e depois amolecei & amaciai com rico sangue fresco.

Esta é a fórmula para fazer-se "Bolos de Luz"; onde entra:

Farinha - farinha de trigo integral
Borra - a de vinho do porto deveria ser boa (nota: mas borra de qualquer vinho tinto serve)

Óleo de Abramelim - Como fazer:
Oito partes de óleo de canela, quatro de óleo de mirra, duas de óleo de galanga, sete de óleo de oliva.
Galanga -planta zingiberácea (Alpina Officinarum - gingíbre)

Vs. 24 - O melhor sangue é da lua; então sangue fresco de uma criança, ou pingando da hóstia do céu: então de inimigos, então do vate ou dos adorantes; por último de alguma besta, não importa qual.

O primeiro sangue é, claro, menstrual

Existem numerosas passagens nos Diários Mágicos de Crowley , onde estão descritas operações executadas durante o "eclipse lunar". Esta expressão, está claro (menos para "Suplicantes"), não se refere, ao fenômeno celeste mas à lua fisiológica, o fluxo menstrual.
Nos Diários, a operação está usualmente notada pela frase "El Rub", uma abreviação para Elixir Rúbeo - o Elixir Vermelho (note-se que vermelho é a côr de Kali).
A Mulher Escarlate, a mulher do "suco da lua", pois neste momento um portal é aberto e a energia solar-phalica do mago enche as trevas com luz.

Segundo tipo de sangue, talvez sangue de "dragão".


Estes dois tipos de sangue não devem ser confundidos. O estudante deveria ser capaz de descobrir o senso desta passagem lembrando-se da asserção qabalística de sangue é vida, aplicando o conhecimento que repousa no Santuário da Gnose do Nono Grau da OTO. A "criança" é BABALON e A BESTA conjugados, o Salvador Secreto, isto é, o Ente simbolizado pelo hieróglifo do Ôvo e Serpente. O segundo tipo é também uma forma de BAPHOMET, mas difere da 'criança' em que é o Leão-Serpente em sua forma original.
Isto vem contestar as idéias expostas pelo Sr. Panyatara a respeito Baphomet. As idéias dele são infantis e ligam-se ao Sistema Antigo (Velho Æon) em que certos segredos eram guardados. A figura de Eliphas Levi ("Dogma e Ritual") demonstra todas estas coisas de maneira ainda velada.


"Penso ser melhor parar por aqui. Não é aconselhável escrever estas coisas em termos demasiados inteligíveis para profanos ( Não dê pérolas aos porcos), desde que iniciativas de não iniciados de utilizar is formidáveis arcanos da Magia, representados nesta passagem, poderiam levar (e geralmente levam) ao desastre mais fulminante e mais irremediável." (Um Iniciado).

Quanto ao uso do sangue lemos em "O Mito Cristão e os Manuscritos do Mar Morto", pag. 143 - John M. Allegro - Publicações Europa-América: "Os rituais gnósticos, que tanto horrorizavam os não iniciados (Essênios e Terapeutae), como comer sêmen e sangue menstrual na festa sagrada do Ágape e a unção do corpo com esperma ejaculado, já existiam provavelmente há milhares de anos atrás na religião tradicional do Oriente Próximo.

O verso fornece a receita para fazer-se os "Bolos de Luz", que somente podem ser cozidos por uma sacerdotisa em sua fase escarlate. Os ingredientesestão particularizados no Vers. 24 como: 1) o sangue da lua cheia, 2) a primeira floração de uma pubescente fêmea. A expressão "hóstia do céu"= Tzaba = a lunar corrente aplicada a fêmea humana, 3) inimigos = pensamentos; que implica na necessidade de total contrôle da mente e o direcionamento dos pensamentos para fins mágicos; 4) sémem produzido pelo IXº.

O resultado é cozido e tornado Bolos de Luz (fora piramidal). Este secreto rito do Vinho do Sangraal, e do Vinum Sabbati que não deve ser engolido mas retido sob a língua até ser absorvido no sistema. Ou alternativamente, os Bolos podem ser colocados ante a imagem de Set e "mantido denso com os perfumes de sua prece", isto é, constantemente ungido, ou nutrido por meio do rito do VIIIº (ver Kenenth Grant).

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