Toda uma série de escritores que pretendem ser “ocultistas” empreenderam, nos últimos anos, em nosso país uma enxurrada de tolices que têm sido absorvidas por um público ávido, mas não preparado, de “conhecimentos esotéricos” .
A partir de 1981 e.v. , apareceram vários “gurus” e “magos” dedicados, principal e quase inteiramente, a atacar a corrente Thelêmica na figura de seu divulgador maior, Aleister Crowley.
Todas estas pessoas, entretanto, demonstram não poder ignorar que Aleister Crowley, apesar do ódio que lhes desperta, possue uma profunda influência em suas vidas em particular e no ocultismo contemporâneo em geral, como jamais outro ocultista obteve. E todas estas pessoas unidas – malgrado as divergências existentes entre elas – pela hostilidade à Télema, pretendem se apresentar como verdadeiros adeptos.
Apoiando-se em um amontoado de “doutrinas” pretensamente intocáveis, os detratores de Télema, vão imbecilmente até o fideísmo declarado; e, assim, inconscientemente, indicam a que “corrente” estão realmente ligados (ou melhor, escravizados). Mas não satisfeitos com a avalanche de livros (péssimos) vendidos a um público mal informado, vários destes “ocultistas” têm emigrado para televisão onde, suponho as suas macaquices mágicas podem ser apreciadas por um público maior.
Ontem, 19.07.92 e.v. eu assisti a uma longa e sui gêneris entrevista de um desses “ocultistas”, que a “Rede Manchete de Televisões” levou ao ar. Apresentava-se um desses patetas. Um dos mais perigosos, porquanto aprendeu alguma coisa de magia (o suficiente para glamourizar pessoas) em anteriores contato com Nossa Santa Ordem. Não seria, talvez, necessário dizer-se que ele proferiu um amontoado de estultices e besteiras a respeito de magia, de rituais, de provas iniciativas, etc. Fosse só isto, eu ficaria calado. Mas acontece que ele, em sua parvoíce tocou em pontos muito sagrados para nós Telemitas, isto é, Nossa Santa Ordem e Nosso Frater Superior. Além disto insinuouter realizado a mais importante Consecução Magico-Mística a que pode almejar o ser humano: um encontro com seu Sagrado Anjo Guardião, do qual, segundo ele, “viu apenas um dos braços”. Sua narrativa do evento, assemelha-se bastante àquela de Mathers, aos descrever seu “encontro” com os Mestres Secretos em 1892. Cem anos depois a mesma besteira é repetida...
Logo no início da entrevista, ele foi logo declarando que a posse de “dons” de fazer chover e de ventar. Em outras ocasiões, segundo ouvi de um de seus associados mais íntimo, ele “quebrava copos à distancia” .
Afinal, que tipo de “mago” é este que perde tanto tempo com tais atos circenses? Afinal que tipo de “fraternidade” ele pertence, para aceitar, como um de seus membros, um beócio ventilador quebrado de copos? Que tipo de “fraternidade” é esta cujo tempo de seus membros é perdido em aprender a arte de fazer chover e outras demonstrações ridículas? Se considerarmos a vera existência desta “fraternidade” e sua “seriedade” em iniciar, duas questões surgem: o que é seriedade e o que é uma fraternidade iniciática? É bem verdade que toda Fraternidade é o conjunto de seus membros, nos diversos graus ou níveis. E se todos membros de tal fraternidade forem iguais àquele da televisão, o que pensar desta “fraternidade” ?
A única coisa realmente válida na entrevista, devo dizê-lo, foi a visão da entrevistadora – uma das mais lindas mulheres do vídeo. Existe maior magia do que aquela da visão de uma bela e inteligente mulher? Há maior segredo do que aquele que criou aquela mulher? Eis aí o grande segredo do universo; o Poder de criar seres quase que divinos em sua forma – radiantes de beleza, misteriosos cujo simples olhar, ou um leve sorriso transmite os mais profundos segredos do poder criador.
Como todos meus irmãos e irmãs sabem, não sou muito dado à críticas e, raramente me irrito. Porém não posso calar quando vejo um pateta exibindo sua parvoíce sem limites com ares de sábio. Pior ainda quando o pateta em questão foi, em tempos passados, um de nossos membros. Verdade. Com tristeza, mas cumprindo um dever moral, devo admitir que grande parte da culpa no aparecimento daquele pateta cabe a nós, que o admitimos alegremente em Nosso Círculo. Para uma melhor análise selecionei aqui alguns tópicos da entrevista, que julguei mais importantes. Eles servirão para exemplificar a que ponto de estupidez pode chegar um indivíduo dominado pelo “diabo” do ego.
Mas antes, fiquei compreendido o seguinte: não digo que os caminhos indicados por Nossa Santa Ordem sejam os únicos e certos. Seria uma estúpida pretensão de nossa parte declarar que encontramos a única Porta, quando este feito somente pode ser o resultado da busca e do encontro, por parte de cada indivíduo em sua própria órbita. Por isto, Nossa Santa Ordem prevê vários métodos de Consecução Espiritual ou Magico-Místico. O único método que refutamos é o da fé, do dogmatismo, etc. Nós os temos substituído pela experiência pessoal e práticas metódicas e constantes, tal como Crowley, e vários outros, preconizam em seus escritos. Por isto somos levados à conclusão de que todos aqueles que têm incensado e adorado os deus através dos tempos, como “coisas” externas a si mesmos, jamais conseguiram provar que a fé a eles devotada tenha melhorado a sorte do homem e do mundo. Não raramente, a fé, dá nascimento ao fanatismo religioso, e a história da humanidade mostra esta verdade, e os crimes que daí proliferam.
Em 1982 e.v. , escrevi um artigo, sendo sendo publicado em PLANETA N.115 (ABRIL). Neste artigo procurei, de maneira fraternal, porém incisiva, alertar àquele nosso antigo Estudante (o pateta da televisão) de erros e enganos cometidos por ele em seu escrito “AURORA DO SÉCULO VINTE” , também publicado em um número anterior daquela mesma revista. Na época eu ainda me encontra sob a disciplina de Frater Aossic Aiwass, e mantinha a ilusão de ser condescendente com patetas e “esoteristas” da classe do entrevistado. Afinal, aquele senhor “magos” ainda parecia manter certo equilíbrio “magico” e, portanto, com tênue, porém possível, possibilidade de se recuperar. Suas referencias ao Mestre THERION eram respeitosas e, indiretamente, deixava transparecer um certo conhecimento e aceitação da Real Posição daquele adepto no moderno contexto mágico e místico. Este foi meu primeiro erro, não percebi os camuflados rosnados da raposa romana. Suas ocultas unhas já tinha sido envenenadas pelo ódio distilado na Loja Negra ( não confundir com Fraternidade Negra, por favor) e suas ramificações.
Ele já havia sido maculado pela podridão daquela égregora tão bem conhecida por todos reais Iniciados e Irmãos em Télema. O namoro entre ele e o vampiro já iniciará quando ele, aceitou a posição de esbirro da Organização que sempre tentou destruir a verdadeira IGREJA. O namorisco se iniciará quando, ele tomado pelo medo de estar sendo dominado pelas “Forças do Mal”, defrontou-se com sua primeira ordália.
Esta veio na forma de perseguição política. A ordália estava dirigida para testá-lo quanto à sua dedicação à seus próprios “ideais” na época, incluindo políticos e “mágicos”, ou iniciáticos. Ele e tenta até hoje culpar a própria Ordem que escolhera para sua evolução como ser humano.
Torna-se necessário dizer aqui que naqueles anos da política brasileira muitas foram as ignomínias geradas pela ditadura militar. Muitos foram os perseguidos, torturados, presos, deportados e mortos. Eu mesmo sofri perseguições. Mas nem eu e nem milhares de outros legítimos patriotas, culpamos as “Forças do Mal” (no sentido teológico) por isto, e muito menos a Grande Ordem. Mesmo admitindo que a ditadura fora gerada pelas “Forças do Mal”, devemos também dizer que a igreja romana também apoiou de maneira irrestrita aquela Força do Mal.
Ora, o pateta que diz ser “Mago”, deveria saber que tais mudanças no panorama histórico-político de uma nação estão sujeitas a contraditórias variações. A prova do Ar nos transmite este conhecimento, pois o Ar com suas contínuas flutuações é o emblema da Vida.
O pateta jamais sentiu a força de Chorozon; e se falhou naquele pequeno teste realizado no plano de Malkuth, com repercussões no emocional, que aconteceria se o teste fosse realizado no plano de Yesod? Foi exatamente o que se seguiu. Acuado, borrando-se de medo em perder uma privilegiada posição no contexto social (contexto que tanto combatera) esqueceu-se de que a Consecução Espiritual situa-se além, muito além das meras considerações pessoais, financeiras e sociais. Nós podemos atingir a Consecução Espiritual até mesmo dentro de uma prisão – Frater Saturnus ( antigo O.H.O. da ordem) é o exemplo disto.
Ele atingiu o “Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” num campo de concentração nazista sob as mais cruéis torturas. Frater P . atingiu o mesmo nível iniciático em uma mirrado apartamento (quarto e sala) localizado num pobre subúrbio de Nova York, sob as piores condições financeiras. Nenhum deles foi ao deserto de Mojave para tal consecução. Note-se que quando falamos em deserto, sob o ponto-de-vista iniciático, estamos nos falando de um estado de alma em que o iniciado sente-se abandonado por todos e por tudo – este é o verdadeiro “deserto” iniciático; “secura” é outro termo para a mesma coisas. O deserto está dentro de nós mesmos. Mas muita gente metida a iniciada, toma o símbolo pela coisa em si. No meu particular caso, ainda não obtive o “Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião”, apenas obtive a “visão”, que se refere à uma consecução mínima e totalmente diferente daquela outra. Mas para isso não fui a deserto algum (materialmente falando) , foi em casa mesmo. A “visão’ é conseguida quando você penetra o coração de Malkuth, isto é, quando você atinge Tiphareth de Malkuth. “O Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” está em Tiphareth de Tiphareth. Isto basta para o bom entendedor...
Mas voltemos ao entrevistado.
Em suas palavras ele descreve o período da ordália de maneira obscura, referindo-se a um “tal Crowley” e à uma ordem dedicada ao “lado negro’ do Universo. Penso que ele ficou muito impressionado com a série de filmes “GUERRA NAS ESTRELAS”
Suas declarações são teatrais. Então, diz ele, dando à sua face a um aspecto saturniano: “ante este ataque das Forças das Trevas, percebi estar do lado “errado” ( se é que existe isso no Universo). O que aconteceu na realidade é que ele se borrou de medo ante a perspectiva de enfrentar-se a si-mesmo; e como uma criança mimada correu em busca da salvação sob as saias da Madre Igreja de Roma.
Ao descrever essa sua “aventura”, ele comete vários erros. Primeiro: Não existe duas Forças absolutas se degladiando no Universo. A filosofia maniqueísta foi uma dessas superficiais tentativas de interpretar fenômenos universais; isto é, os fatos que nos agradam são o “Bem”; e os que nos desagradam são o “Mal”. Não existe bem e mal absolutos em eterna luta pela “alma do homem”. Jehovah, Satã, Osiris, Seth, Isis e Kali, etc... são manifestações de uma só e única energia, observadas sob ponto-de-vista diferentes. Somente após o pleno e total conhecimento destas “amorais” formas de manifestações energéticas (psíquicas ou não) dentro do próprio homem é que transcenderemos as condições do chamado mundo material e nos tornaremos Mestres, Magos, etc...
Lidar com estas forças constitui perigo na medida em que não haja uma clara perspectiva do assunto. Independente disto, devemos compreender que tudo é projeção de nossa própria mente, que o Universo espelha esta mente com seus sonhos, medos, aversões, ambições, “deuses”, “demônios”, etc. Pelo visto o “mago” da televisão desconhece tudo isto, e sua mente está bastante confusa. Medo, meu caro “mago” é o prenuncio do fracasso, e você. E você fracassou de maneira irrecuperável.
Segundo: Luta e perigo existem em toda dinâmica do Universo e, claro, em nossas vidas. O perigo está mesmo no atravessar de uma rua. Se o Universo não fosse dinâmico, perigoso, não haveria incentivo para vencermos os obstáculos, não haveria portanto evolução. Não haveria desafios a vencer. Em resumo: não haveria um gênio de uma Nietzche, de um C. Jung, de um Freud, de um Napoleão, de um Julius Evola ou um Aleister Crowley. O universo é um vir - a - ser eterno. Nada é permanente, estático, seguro etc. Não existe um tal lugar como o “céu”, um local onde se descansa infinitamente cercado de anjos tocando arpas, etc. Iniciar-se é viajar internamente nos “stratos” mais profundos da alma, nos “infernos” (isto é nos “inferiores” mundos contidos em nós mesmos), entretanto em contato com tudo que existe dentro de nós e “fora de nós”, pois nós somos o próprio Universo. Todo iniciado que evita esta salutar viagem, este contato com as primitivas energias universais, cósmicas, estará, obviamente, construindo castelos na areia.
Os Qliphoth são partes integrantes da Árvore da Vida e, logicamente, de nossas almas. Portanto, além de tolices é IMPOSSIVEL fugir do contato com estas energias, com as quais estamos constantemente em contato. A partir do momento em que o homem pisa no caminho da iniciação, automaticamente estas energias são despertadas e iniciam a executar suas funções específicas dentro do plano iniciático. Ao dar-se valor exagerado ao perigo destes caminhos, desperta-se o medo (um dos nossos Demônios), e o medo constitui por si só, a maior barreira ao cominho da Iluminação Espiritual. Torna-se e estupidez o temor da morte, da loucura da “perda da alma”. A antiga lenda de “vender a alma ao diabo” é idiotice, superstição inventada pela Igreja de Roma para que, através do temor você fique preso a ela. Mesmo que existisse o diabo, o homem jamais poderia vender-lhe a alma, pois a alma é UMA com a DIVINDADE que se manifesta em nosso plano sob a máscara da personalidade. Todos estes temores são frutos do ego, a única entidade destinada a desaparecer pelo processo iniciático. A alma, parte Divina no homem, jamais pode ser negociada, ou destruída. Como pode, meu caro “mago”, uma divindade onipotente e boa criar um ser maligno, um mal tão grotesco, injurioso e sem sentido?
Terceiro : Crowley jamais foi chefe de uma Ordem, mormente de uma Ordem “Satânica”. O Supremo Chefe da ordo templi orientis é Baphomet XIº que, diga-se de passagem nada tem haver com o homem Crowley. E se você não sabe as diferenças existentes entre os dois, é lamentável... Agora, THERION assumiu a função de senhor do Aeon, e Perdurabo foi apenas um iniciado na Golden Dawn. A A.:A.: jamais foi em tempo algum a Igreja de Satã como a quis identificar, no sentido teológico, o mago pateta.
A Igreja de Satã foi fundada em 1966 (nesta época Crowley já havia falecido) por Anton La Vey, em São Francisco (USA). Mas esta Igreja não passa de uma grosseira forma de revolta de católicos romanos saturados do cerceamento mental imposto pela Igreja de Roma e seus “fiéis”. Nisto está o grande erro do pateta: pois só podemos acreditar num diabo se acreditarmos nos ensinamentos da Igreja de Roma. Sem ele ela não existiria.
Portanto nós (TELEMITAS) não acreditamos no diabo, e diga-se de passagem, NEM OS VERDADEIROS CRISTÕES. Telemitas não são satanistas. E se o “mago” pateta é um iniciado, como afirma ser ele deveria ler a obra de Blavatsky e ali aprender o que realmente quer dizer Satã. Mais ainda, procure o capítulo versando sobre o Sanat Kumara. Quarto o Sr. Mago também afirmou que ao “entregar-se” ao “Poder da Luz” (isto é, aquilo que ele chama de Poder da Luz), uma forma luminosa foi acesa e que dissipou as trevas ( da Ordem de Crowley, evidentemente).
Isto posto, vejamos: quem dá a luz é, obviamente o condutor de Luz, e isto me faz lembrar que a muito tempo atrás um certo indivíduo assinou o juramento de Nossa Santa Ordem com o moto mágico LUX, que é por sua vez metade da palavra latina LUXFERRE, isto é “Condutor da Luz”, o mesmo que LUCIFER. O Luciferismo não é esta magia diabólica à qual as Igrejas se opõem permanentemente. É um ciência autêntica da reconquista do verdadeiro lugar da humanidade no contexto universal. Foi chamada Luciferina porque os seus pregadores se encarnaram, segundo a Tradição Qabalística, para trazerem o “FOGO SAGRADO” aos homens.
Foram os Portadores da Luz, conforme a etimologia da palavra Lucifer, formada de LUX (Latin=luz) e FERRE (Latin=trazer).
Na tradição Thelêmica lucifer é compreendido nestes termos, como salvador da Humanidade, pelo menos para aquele parte da humanidade que tem sido capaz de compreender este principio.
A Mitologia Luciferina é, de fato, mais antiga do que a ignorante compreensão e intencionais distorções da tradição Judaico-Cristã “esotérica”. Talvez a mais antiga versão do Mito de Lucifer seja aquela do herói grego Prometeu. As duas tradições diferem em certas nuances, mas o essencial é que Prometeu, desejando ajudar e preservar a humanidade, trouxe fogo o Fogo Sagrado e colocou nas mãos dos homens. O Ponto central é que Deus Criador ( Zeus, na mitologia grega, e Yaldabaoth, na tradição Judaico-Cristã) desejava manter a humanidade sob seu jugo e escravidão. Mas figura rebelde de Prometus ou Lúcifer, ajudou ao homem trazendo-lhe os meios de tornar-se como os “deuses”. Esta é a fundamental idéia subjacente à postura Thelêmica e sua conexão às pré e não cristãs atitudes em relação ao Mito.
O Espírito rebelde Lucifer (Prometeu), abriu caminho para a emancipação do homem, e consequentemente, sua Salvação. Segundo esta doutrina podemos também analisar o Mito do Éden, onde a serpente (em Hebraico NECHESHE) é o Ungido (em Hebraico, MESSIAH) – o Christós (Grego) são UM e o MESMO. Isto pode ser visto através da Qabalah, que o Sr. Mago deve conhecer muito bem...
NECHESh=NChSh=50+300+8=358
MESSIAH=MshYCh=40+300+8+10=358
Ambos os nomes, de acordo com as Leis da Gematria, tem 358 como soma total dos valores de suas letras, o que indica sua unidade.
A respeito do assunto diz-nos Sthepen A.Hoeller (Professor de Religião Compara do Colégio de Estudos Orientais em Los Angeles).
“A Serpente, não mencionada pelo nome em nosso relato é na realidade o principio da Gnosis, a consciência emergente é o impulso para a individuação”(Jung e os evangelhos perdidos pag.154)
Christós é um mensageiro e filho da serpente e não do “Deus Criador”. Este Christós proclama GNOSIS (Conhecimento) e não PITIS (fé). A Serpente do Éden e é mesma Serpente de bronze erguida por Moisés no Êxodus, e a mesma Serpente enrolada no Bastão de Hermes-Thot-Mercúrio, o Caduceu, o símbolo da Medicina. Também é, em parte, aquilo que chamamos KUNDALINI, ou o Fogo Serpentino da Tradição Tântrica Oriental.
Voltemos á afirmação do Sr. “mago” sobre a Luz que dissipou as Trevas. Ora, quando você acende a luz, você cria sombras. Duvido que alguém possa sair ao Radiante Sol sem criar sombra. A Luz infinita, aquela que não cria sombras é AIN, e AIN é NADA, onde não há Luz nem Trevas. É a LUZ ABSOLUTA , e a ESCURIDÃO ABSOLUTA; este é um grande Paradoxo Universal. Vide de onde vem os Buracos Negros, de onde nem mesmo a luz escapa.
Como um “mago” que é, o pateta da televisão já deve ter ouvido falar no ABISMO. Pois bem, acima do ABISMO isto é, acima da lacuna que separa as Sephiroth Supernas das demais abaixo, NÃO HÁ DUALIDADE. Luz e Trevas, Alto e Baixo, Direita e Esquerda, Bem e Mal etc. São a mesma coisa tal qual “cara” e “coroa” fazem parte da mesma moeda.
Em seu tempo de “menino travesso”, isto é quando o Sr. “mago” ainda era homem e dedicava-se a Magia Thelêmica. E procurava mudar o “status” político brasileiro(coisa muito louvável) , eu tinha bastante respeito por ele. Mas hoje NÃO, pois ele tornou-se um “respeitável” cidadão com conta no banco, status social.
Aceitando todas as mazelas de nossa sociedade selvagem, indo à Missa Dominical, “confessando seus pecados” e comungando com as atrocidades cometidas pela Santa Inquisição e os disparates dogmáticos da Igreja de Roma; dogma este que reputo como os maiores causadores da miséria do mundo; dogmas este que impõem o selvagem machismo de Jehova, e diz que uma mulher está perdida quando deixa de ser virgem por amor fora do casamento, quer dizer, quando a cópula não é “oficializada” pela igreja. Dogmas que transformam a GRANDE DEUSA EM UMA “MARIA”, verdadeiro monstro fisiológico, retirando-lhe os principais atributos que caracterizam a mulher – teve um filho sem perder a virgindade (sempre materializando os símbolos). Vocês conseguem conceber uma saudável mulher sem menstruação? Maria nem seios tem... E tudo isso representa a “verdade e o “bem” para ele. Mas o que é MARIA senão MAIA fecundada pelo Sol. Observem que MAIA significa AS GRANDES ÁGUAS e o “R” sendo a letra do SOL; daí MA (R) IA. “E o Espírito de deus pairava sobre a face das Águas”.
Para o Sr. “mago”, aqueles que ainda continuam na batalha para a LIBERDADE dos Homens, para o extermínio das superstições, sejam no plano físico, religioso, ou mágico é a expressão do mal. Como posso respeitar um tal beócio?
Noutra parte da entrevista ele ousa tocar no nome de Raul Seixas. Ora, tanto ele como o inesquecível Raul estiveram sob nossa orientação iniciática, até que em certo momento de suas carreiras iniciativas foram postos à prova, como é natural quando se propõe a um trabalho real. Cada um deles reagiu, como é de se esperar, de modo diferente. Mas o Raul não reagiu com covardia e manteve-se fiel à Thelema até o fim de sua vida física. Sempre terei o maior carinho e um profundo respeito por Raul Seixas.
A reação do “mago” ante a ordália evidenciou claramente sua covardia e medo sem limites. Todo o quadro ficaria bastante claro para mim, muito antes daqueles eventos, se eu tivesse ouvido os avisos de meu antigo instrutor sobre o pateta. Entretanto minha amizade pessoal pelo “mago” da televisão interferiu em meu julgamento. Ante esta reação, meu instrutor, apenas “deu os ombros” – a responsabilidade era minha... Erradamente julguei que ele com o tempo suplantaria os efeitos causados pelo choque inicial, como seria de se esperar de qualquer pessoa quando esta volta-se sinceramente para a GRANDE OBRA – psiquicamente equilibrada, etc. Assim imbuído de boa vontade procurei-o por diversas vezes e em época diferentes.
Mas, gradativamente, percebi o quanto ele estava obcecado pelo “diabo” que ele mesmo criara em seu íntimo. Um vampiro sugando-o. Nada mais poderia fazer sem sua própria ajuda. Reparara também que minha presença física o afetava. Sabia agora que o indivíduo que eu conhecera não mais existia. A Essência sustentando a forma física havia sido substituída por algo indescritívelmente pegajoso e horrível. Dele, propriamente dito havia somente uma casca. O ego havia dominado as partes mais saudáveis. Portanto, isolei-me de qualquer contato físico ou astral com aquela coisa. Seu medo o havia empurrado para as malhas dos Irmãos Negros.
Para aqueles não familiarizados com este termos, abro aqui um parênteses:
“Irmãos Negros são aqueles que permanecem voltados para o ego. São aqueles que “ficam” no Abismo após tentarem atravessa-lo sem as devidas preparações e condições mágicas ou místicas, isto é, aqueles que não conseguiram destruir seus egos. Estes ali permanecem secretando seus elementos em torno de seus egos, como isolados do resto do universo. Este isolamento é, claro, apenas uma ilusão egóica. Eles podem, mesmo, adquirir certa prosperidade nos planos mais baixos. Esta prosperidade dependendo da inércia criada por suas anteriores praticas mágicas ou místicas; mas serão irremediavelmente destruídos, principalmente quando um NOVO AEON nasce de uma nova palavra é dado ao mundo, a qual eles não podem e não querem ouvir e, como dizia meu instrutor eles continuam a trabalhar com a desvantagem de um absoleto método de magia, da mesma forma que um homem numa batalha, em que seus oponentes usam rifles automáticos, e ele simplesmente arco e flecha”. O Irmão Negro estará sem qualquer mínimo contato com a Tríade Divina. Daí o Sr “mago” pateta em destaque permanecer, até hoje, convencido de que está do “lado do Bem”. Mas, como está escrito: “Ai daqueles que crêem em Bem e Mal absolutos”.
Todo e qualquer real iniciado, mesmo os mais baixos degraus, não desconhecem que para a consecução de Kether, torna-se necessário anular todas as dualidades. Equilibrando os pares de Opostos. Em palavras mais simples isso quer significar que devemos “casar Deus com o Demônio” dentro de nós mesmos. No filme “O CRISTAL MÁGICO” , o processo é mostrado em forma poética. O Verdadeiro Homem, o Real Iniciado, vê Deus até nos Demônios” dos Qliphoth. Mas isto não quer dizer que o “mago” pateta tenha se tornado um Irmão Negro. Não tenho qualquer dúvida que ele sequer, tenha atingido o Grau de Mago Negro. Isto tornou-se evidente quando, em sua entrevista, ele referiu-se confusamente à Magia Negra, em termos de “Caminho da Esquerda” que é algo bastante diferente. É bem provável, portanto, que ele tenha se tornado um mero magista negro ou um feiticeiro. Que é um distante primo do Mago Negro. A diferença entre estes dois, isto é, Mago Negro e magista negro, é a mesma entre um médico e um auxiliar de enfermagem. O termo “negro” é apenas técnico, nada tendo a ver com considerações teológicas ou morais da Igreja de Roma.
O Irmão da Esquerda não é Necessariamente um Irmão Negro e muito menos Mago Negro. É apenas uma questão de escolha. O Irmão da Esquerda, ou Irmão da Caminho da Esquerda é, portanto, algo bastante diferente de tudo quanto possam os leigos imaginar. Para que um indivíduo torne-se um Irmão da Esquerda (o que não deixa de ser uma catástrofe em sua carreira iniciática) tem que atingir plenamente o Grau de Adeptus Exemptus; grau que duvido muito tenha aquele pateta atingido, ou outro qualquer de sua laia. Ele na realidade não passa de um mero joguete em mãos alheias, isto é, emissários da Loja Negra.
Anjo da Guarda: este é o mais importante tópico que selecionei para discutir aqui.
O termo correto é Sagrado Anjo Guardião. O termo usado na entrevista – Anjo da Guarda – foi uma maneira do entrevistado querer, em sua astúcia maliciosa, jogar com pau de dois bicos. Ele acena para católicos romanos e Telemitas. Grande ilusão. Telemitas jamais cairão neste engodo. Católicos Romanos sim.
Ele declara ter visto somente um dos braços do Anjo. Ora “braço”, “cocha” “músculo” e outros termos usados na linguagem cifrada da Bíblia são eufemismos para PÊNIS. Agora eu pergunto que tipo de anjo é este que amostra a “pica” para seu protegido?
Nós, Telemitas, nada temos contra a pica de ninguém. Para nós, o Phallus é o símbolo do poder criador. Este poder também simbolizado pelo Bastão, pela Baqueta, pelo Círculo com um ponto no centro e, em casos muito especiais, pela espada. Mas seu símbolo mais forte é a CRUZ.
Como já foi dito anteriormente, o Conhecimento e Conversação do S.A.G. é o mais sublime evento que pode ocorrer em determinado estágio da carreira iniciática de um Aspirante à Grande Obra. É o momento em que ele, rasgando o véu da matéria (o Véu de Paroketh, ou Véu do Templo, no caso da lenda de Jesus), atinge a Sephira Tiphareth, o centro da Árvore da Vida, a Esfera Crística. É, em outras palavras, o encontro com o Cristo Interno. A felicidade, o gozo, a alegria, a beleza e a exaltação que tomam conta do ser neste momento é tão suprema que aqueles que alcançaram não encontram palavras para descrever o acontecimento. E quando o ser retorna deste “encontro” jamais será o mesmo... Vejam, por exemplo, as biografias de Francisco de Assis, Thereza D’Ávila, Rama Krishna, Mahomet, e outros em diversas tradições. O Conhecimento e conversação do S.A.G. é, para dizer mínimo, um evento fora da limitada imaginação do homem.
Êxtase supremo, Satori, Nirvana, são alguma das palavras usadas para descrevê - lo. Jamais poderia haver medo, como sentiu o “mago” pateta. E se o medo aparece naquele momento, então só podemos concluir que o encontro não foi com o S.A.G. o Anjo Guardião é ADONAI, precisa dizer mais alguma coisa?
Agora, um alerta final: Pare, caro sr. “mago” de falar sobre a Arte da Alquimia. O Ouro ao qual os verdadeiros Alquimistas se referem não é o vil metal que o sr. Avidamente procurou acumular. O Ouro do Alquimistas é o “Ouro Potável”. Se oriente...
Agora, para espanto dos “magos” iguais ao da televisão, devo dizer que 666 é a soma dos valores numéricos do Quadrado Mágico do sol, e que 3x6=18, número qabalístico por excelência e o numero do Grau dos Cavaleiros Rosa + Cruz. Seis (6) é a letra Vau – o filho em IHVH. Três Seis são Três letras Vau, assim: ddd. Vê se penetras no segredo, meu caro “mago”.
Existe um ensinamento destinado a despertar a memória dos homens para o fato de que eles são de natureza divina e gloriosa, e que este mundo é um dossel de deuses que sonham. Esta Ciência foi denominada, em tempos remotos, Luciferina. Hoje chama-se Magick. Isto coloca o sr. “mago” e outros iguais a ele como Luciferianos, isto é, se realmente praticam a MAGIA DA LUZ.