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NA GRANDEZA DA TRISTEZA

 
Paulla Mel - Malévola

Na Grandeza da Tristeza
Um Ardor latente em seu peito.
No Despertar da madrugada,
Amargura o teu Ser
Grandiosa malevolência


Nos Ciclos da Vida, tu te insinuas, e logo depois te retrais. No jardim tu és aquela flor se abrindo para a abelha. Ofereces o doce néctar de tuas pétalas, mas escondes o abraço envolvendo a abelha num aperto constritor mortal. Ó minha amada, se inspiras o paraíso e eu vou na busca das delícias deste lugar, tu fechas os portais do êxtase nunca imaginado, deixando-me ali estático sem fôlego e o desejo ardendo em meu trêmulo corpo.

Tu és aquela, em cujos pés, colocamos nossas cabeças, entretanto tu as pisas indolentemente sem ao menos olhar para baixo, e sem quaisquer sentimentos em teu olhar. Entretanto tu também estás sozinha nesta solidão e transformas a montanha em deserto onde o vento sopra gélido.

Quando tu beijas, consomes nossos medos, mas plantas as dúvidas quanto ao teu pensar.
Tu és malévola em tuas bruscas mudanças de humor.

Momentos há em que teu sorriso ilumina o mundo, momentos a rigidez de teus lábios levam-me ao mais profundo abismo do amor não correspondido.

Por que? Pergunto eu, o enamorado

Porque eu sou assim, respondes. Luz e Trevas, promessas e desilusões.

Mas a vontade esperançosa de te ter, abraçar-te e beijar-te num último alento de vida viril, supera minha desilusão e meu temor perante tuas manhas de felina insinuante.

Sutil és tu, em tuas ações e palavras. Sutil és tu em teus rápidos beijos. Porém, quando beijas profundamente acendes o sol que ilumina minha vida.

Tuas amigas te temem, porque vives entre a luz e a cidade das trevas.

Te apraz dançar com os requebros sensuais, mas embora teu dançar indique as delícias de um abraço apaixonado, no momento seguinte tu induz à frieza de um coração, gélido e pétreo.

Ó Malévola, consuma meus medos, lança-me através do movimento do Tempo. Torne-se minha carruagem divina.

Amada minha, tu és brilhante como fogo, lânguida como o luar. Teu fogo devorador me enlouquece, tua meiga luz lunar me dá paz, mas tua sombra me envolve e me arrasta à profundeza mais sombria de minha vida.

Na forma do deseja não saciado, tu ofereces as trevas como nuvens negras do inverno obscurecendo o sol, e dá nascimento à Lua Negra que tanto me atraiu e atrai desde o início dos tempos. No pináculo da paixão tu te elevas triunfante sobre minha vida. Assim completas tua malévola tarefa.

No terreno sexual tu falas de um modo, ages de outro.

O mundo é o mundo
O amor e vida são profundos
Assim como os céus são violentos
Eles plasmam tua malevolente natureza

Subitamente percebi, a Deusa Negra encarnada em ti, como um ser malévolo, cuja influência me faz debater-me num êxtase mortal

Amo-te e odeio-te num ciclo interminável de Aeons.

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