Neófito vem do latim neophitus, que significa literalmente "nova planta", porém o mais comum é "noviço" ou "novo convertido". Após o período de Probacionista e após o ritual de iniciação, o candidato estará apto a tomar o juramento do grau, que podemos resumir o seu objetivo em "obter o controle da natureza e poderes do meu próprio ser", além de alcançar um completo domínio sobre o "Plano Astral ".
O candidato deve ser orientado por um superior na ordem, ao menos um Zelator.
Na Árvore da Vida, a consciência do Neófito está em Malkuth e um estudo sobre essa sephirah e suas relações é indicado.
O Neófito tem como principal objetivo atingir a Esfera da Lua, Yesod. Desnecessário dizer a simbologia mística que a envolve , e a dificuldade que o homem teve para ir da " Terra à Lua" Como dito num dos Comentários do Livro da Lei:
" Para alcançar essa Esfera, ele tem que atravessar o caminho das trevas onde os Quatro Elementos ( a letra Tav ) parecem para ele, todo o Universo.
Assolado por dúzias de fantasmas da matéria, irreais e ininteligíveis, sua hordália é de terror e trevas. Ele somente pode atravessar o caminho pela graça de seu próprio Deus silêncioso, acrescido e exaltado pela virtude de seus atos concientes ao defrontar-se com as ordálias."
Ao atingir esse grau, o magista estará apto a admitir Probacionistas em nome da A.·.A.·., tal como escrito no compromisso:
"Zelar a serviço do Probacionista ao meu cuidado e voltar todas as minhas atenções a ele", como em graus posteriores.
O Véu de Nephesh, no caminho 21, o Universo, o aguarda na passagem para o próximo grau.
Além disso, ao tornar-se um Neófito da A.·.A.·., o iniciado penetra na Árvore da Vida. Aqui reside um importante conceito: a evolução na Cabala,faz-se atravessando as sephiroth. Os principais ordálios podem ser mapeadas de acordo com os arcanos menores. Onde eles estão na Árvore? Nas próprias sephiroth, obedecendo a ordem numérica da descida da força.
Por exemplo, Malkuth é a décima sephirah, então nela estão os Quatro Dez. Em Thiphareth sendo a sexta, estão os Quatro Seis. Para avançar a sephirah seguinte, ele deve obrigatoriamente vivenciar e superar as quatro cartas.
No caso do Neófito, ele só chegará a Yesod passando pelo 10 de Bastões, A Opressão, 10 de Copas, Saciedade, 10 de Espadas, Ruína e 10 de Discos, Riqueza.
É muito comum alguns Iniciados darem excessivo valor ao próprio sucesso em alguns ordálios e interpretar erroneamente as mensagens achando que “pularam” de sephiroh, principalmente no grau de Neófito, onde uma consecução em particular (aliada a falta de experiência do iniciado) dá margem a tal comportamento. Ninguém chega a determinada sephirah realizando rituais se não estiver pronto para adentrar a mesma, lembrando um ensinamento da Cabala prática: ao penetrarmos numa sephirah, nós imediatamente temos que lidar com sua qliphoth correspondente.
O que o Neófito deve fazer, é continuar o caminho até chegar o próximo grau, o de Zelator, pois a manifestação como forma (Rupa) é apenas um dos passos da evolução na sephirah de Malkuth, apesar de importantíssimo.
Aqui vai uma palavra de Crowley sobre o assunto:
"Existe ainda uma terceira consideração a fazer sobre a doutrina do Próximo Passo. Parece de fato ser muito mais fácil vagar pelo País das Maravilhas da Triada Superna do que cavucar penosamente através do Caminho de Tav; formular o voto de Renúncia de um Dhamma-Buddha, em vez de conquistar Asana através de angustiante aplicação e terrível agonia daquele detestado e desprezado fantasma físico, o corpo, cuja obsessão é ao mesmo tempo um insulto, uma amolação, e o âmago de Distração, Dispersão, Degradação, Desgosto e Desespero.
Mas isto é uma 'danosa heresia e uma perigosa ilusão', devido ao simples fato que ninguém pode de forma alguma ter a mínima idéia da Natureza do Trabalho de qualquer Grau além do seu -- e eu digo isto com toda ênfase, a despeito de minha devoção e determinação de descrever os detalhes do Caminho dos Sábios -- tendo mesmo me dado ao trabalho de inventar o que é praticamente uma linguagem nova para este fim.
É verdade que eu tenho sido bem sucedido em que o Iniciado, ao chegar a qualquer Grau, instantaneamente reconhece a acuridade da minha descrição, assim confirmando sua confiança no meu conhecimento do assunto, e sua segurança de que ele realmente atingiu o grau em questão, e não está sendo enganado pela sua vaidade. Mas, até ele ater real experiência desta parte do Caminho, ele fatalmente interpretará erroneamente minha mais simples exposição dos seus mais evidentes sintomas.
A não ser que o Aspirante compreenda por completo e se conforme por completo com esta inerente incapacidade, ele está muito sujeito a tentar evadir a imprecisa, tediosa, terrível disciplina do seu Grau, tanto mais repugnante porque representa precisamente a limitação dele no momento, e a se divertir muito imaginando-se um Adepto Exempto, ou um Arahat, ou mesmo -- eu conheci um especialista na arte de se enganar a si próprio -- um Ipsissimus!
Não significa nada para o grande homem que a única referência àquele Grau em todos os nossos Livros Sagrados é uma indicação de uma certa prática (a qual em si está além da compreensão de qualquer pessoa a não ser os Mestres do Templo de mais poderosas mentes!) como a 'abertura do Grau'."
Liber Cordis Cincti Serpente.
Outras informações são passadas pela tradição oral.
Keron-E